Reflexões junguianas acerca do transtorno de personalidade narcisista

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21901/2448-3060/self-2025.vol-10.238

Palavras-chave:

Mitologia, complexo, narcisismo

Resumo

O assunto narcisismo popularizou-se de forma significativa nos últimos anos, o que contribuiu tanto para a disseminação do tema quanto para a divulgação de informações equivocadas. Diante disso, este estudo, elaborado por meio de revisão de literatura, teve como intuito compreender a formação do complexo narcisista e seu representante arquetípico: o mito de Narciso. Foram abordados os princípios fundamentais da estrutura da psique, além de se relembrar o mito, explanar o surgimento da consciência a partir de sua relação com o mito e examinar as manifestações narcísicas apresentadas por Jacoby. De acordo com os tópicos abordados, a pessoa com manifestações narcísicas, comumente, possui uma ferida psíquica que se inseriu desde a infância, denotando a relevância da existência do estabelecimento de vínculos adequados dos cuidadores com a criança, pois os primórdios de tais feridas podem ser encontrados na relação com os cuidadores. Há também uma semelhança entre algumas expressões do complexo narcísico e o complexo materno negativo, todavia é importante ressaltar que não são equivalentes. Dentre as manifestações da ferida é possível encontrar a raiva narcísica, a agressividade, a distorção da imagem e o temor da rejeição, além da significativa dificuldade de manter vínculos saudáveis e adequados com outras pessoas. Tais expressões têm como base o fato de que a pessoa com ferida narcísica direciona seu investimento de energia ao ego e não ao Self, o que ocasiona uma visão distorcida de sua imagem, impossibilitando também que a energia seja dirigida aos outros, pois não consegue reconhecer a realidade. Conclui-se o quanto é imprescindível que o profissional de psicologia aprofunde seus conhecimentos referente a essa temática. Ressalta-se que o quadro diagnóstico constitui um agrupamento de características afins, sem que se deva, portanto, limitar o sujeito ou a atuação profissional, dado que cada um carrega consigo sua subjetividade.

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Biografia do Autor

Mirele Faria Silva, Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC-PR. Curitiba/PR, Brasil

Pós-graduação em Psicologia Analítica: Teoria e Prática pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC-PR; graduação em Psicologia pela PUC-PR. 

Pricilla Buzzachera, Universidade da Região de Joinville – Univille. Joinville/SC, Brasil

Mestrado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC-PR; especialização em Psicologia Analítica e Religião Ocidental e Oriental pelo Instituto de Psicologia e Religião de Curitiba; especialização em Saúde Mental, Psicopatologia e Psicanálise pela PUC-PR; graduação em Psicóloga pela Faculdade de Psicologia de Joinville. Analista Junguiana pelo Instituto Junguiano do Paraná – IJUPR. Fundadora e coordenadora do Curso de Especialização em Psicologia Analítica pela Universidade da Região de Joinville – Univille. Diretora do Instituto Junguiano de Santa Catarina.

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Publicado

22-12-2025

Como Citar

Silva, M. F., & Buzzachera, P. (2025). Reflexões junguianas acerca do transtorno de personalidade narcisista. Self - Revista Do Instituto Junguiano De São Paulo, 10, e011. https://doi.org/10.21901/2448-3060/self-2025.vol-10.238

Edição

Seção

Artigo de revisão de literatura

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