A escuta da clínica analítica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21901/2448-3060/self-2017.vol02.0002

Palavras-chave:

escuta analítica, alteridade, psicologia junguiana.

Resumo

O artigo trata do uso da história de vida em uma pesquisa da autora sobre o processo de individuação. Na análise e na pesquisa, a história de vida é o método que favorece a escuta e ele pode ser enriquecido pela antropologia e pela psicologia profunda. Rousseau concebeu a etnologia no século XVIII por ter o outro como motivo primeiro de sua teoria. A "pitié" permite sua identificação com o sofrimento de seu semelhante. Merleau-Ponty se voltou para a antropologia pela sua maneira de pensar quando o objeto é o "outro" e exige nossa transformação. Criamos interfaces entre a antropologia e a psicologia analítica, uma vez que alteridade é a questão junguiana. Jung avalia como condição necessária para o verdadeiro encontro o exercício consciente da retirada das projeções sobre o mundo externo. Segunda interface: a escuta analítica. Ela procura alcançar as fantasias inconscientes e facilitar que camadas inconscientes aflorem. Para Merleau-Ponty a percepção é seletiva. A escuta da psicologia profunda é seletiva, perspectivista. Terceira interface: a experiência da intersubjetividade. O campo interativo entre o narrador e o ouvinte de uma história de vida pode comportar a constituição de um terceiro elemento, produto do encontro das duas subjetividades: o corpo sutil. Nessa sintonia, falamos de acordo com esse campo de sensibilidade constituída. A clínica também está presente quando se estuda com alunos ou na pesquisa em ciências humanas a partir de narrativas. Tem uma função no mundo, pode produzir uma metodologia refinada. A fala de meu entrevistado pertence ao domínio do "terceiro incluído". Jung explicou profundamente essa cópula simbólica.

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Biografia do Autor

Paula Perrone, São Paulo, SP

Analista junguiana, membro didata da Associação Junguiana do Brasil (AJB) e International Association for Analytical Psychology (IAAP). Doutora e mestre pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP). Membro do corpo docente do Curso de Especialização em Psicologia Analítica Junguiana pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Diretora do Instituto Junguiano de São Paulo (IJUSP – AJB 2016-18). Autora de diversos artigos e do livro "Existências fascinadas: história de vida e individuação" (São Paulo, Annablume/Fapesp, 2003). 

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Publicado

16-03-2017

Como Citar

Perrone, P. (2017). A escuta da clínica analítica. Self - Revista Do Instituto Junguiano De São Paulo, 2. https://doi.org/10.21901/2448-3060/self-2017.vol02.0002

Edição

Seção

Artigo de reflexão (ensaio)

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