O curador ferido: xamanismo e psicologia analítica
DOI:
https://doi.org/10.21901/2448-3060/self-2016.vol01.0009Palavras-chave:
Self, individuação, xamanismo, psicologia junguiana, consciência, inconscienteResumo
Auxiliar uma pessoa que se encontra na condição de sofrimento é tentar, a partir de sua história, ajudá-la a dar um sentido a sua vida. Ao estudarmos outras culturas e seus mitos, estamos enriquecendo as possibilidades de nos aproximarmos de nosso paciente, ajudando-o assim a encontrar e a acolher o mito que regerá sua própria vida. A figura do xamã apresenta correspondência no mito do curador ferido em várias mitologias. Sua figura nas sociedades é a do sacerdote, médico, conselheiro e mantenedor das tradições da cultura do grupo. Mas o xamã deve passar primeiro por um processo iniciático, uma jornada heroica, antes que possa se tornar um curador. A função religiosa se manifesta nos processos iniciáticos e define quem está apto a ser representante: ela surge da necessidade da compreensão dos símbolos e de seus significados, originários dos conteúdos universais do homem. Na formação junguiana, a busca por ser um analista se dá na necessária junção da teoria e da vivência analítica, sendo preciso que o analista se submeta a vivências e experiências que propiciem o contato com os conteúdos do inconsciente coletivo, por meio de técnicas de análise dos sonhos, imaginação ativa, produção artística e outras. Por meio da relação da psique inconsciente profunda com a consciência, os mitos fundantes são reatualizados, permitindo ao candidato a analista resgatar sua individualidade na busca por ajudar os outros a fazer o mesmo.
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Referências
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